Angelo Simões - Acervo da Câmara Municipal de Campinas

Angelo Simões - Acervo da Câmara Municipal de Campinas

Rua Doutor Angelo Simões

Angelo Jacintho Simões Junior nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de outubro de 1860 e faleceu em Campinas, em 20 de outubro de 1907.

Era filho de Angelo Jacinto Simões e de Laura Simões. Foi casado com Francisca Coutinho D’Ávila Simões. Teve sete filhos, porém em 1907, ano de sua morte, apenas uma filha ainda estava viva. Tratava-se de Angelina Simões que contava, então, com 14 anos de idade.

Angelo Simões matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no curso de farmácia, em 1879 e diplomou-se em medicina no ano de 1885, pela Faculdade de Medicina da Bahia.

Chegou em Campinas, em fevereiro de 1886 com a esposa e três filhos. Nesse mesmo mês, apresentou o seu diploma para o devido registro na Câmara Municipal. Trabalhou como médico, cirurgião e parteiro ao longo de 20 anos.

Foi diretor da Santa Casa de Misericórdia e do Hospital da Real Sociedade Portuguesa de Beneficência; médico do Asilo de Órfãos e de várias associações beneficentes.

Ao lado de Coelho Neto, Cesar Bienrrenbach, Souza Brito, entre outros, ajudou a fundar o Centro de Ciências Letras e Artes.

Na epidemia de febre amarela em 1889, José Paulino Nogueira, então presidente da Câmara Municipal, solicitou ao Dr. Marcos de Oliveira Arruda, Inspetor de Higiene da Província de São Paulo, o envio da vacina que havia sido criada pelo médico Domingos José Freire, no Rio de Janeiro.

O próprio Dr. Freire veio à Campinas para vacinar as pessoas. Com sua volta ao Rio de Janeiro em 26 de abril de 1889, o Dr. Angelo Simões passou a se responsabilizar pela vacinação. Entusiasta dessa medida, o Dr. Simões enviou um relatório ao Presidente da Província, o Barão de Jaguara, no qual afirmava que iria continuar a vacinação nos habitantes que iriam voltar a Campinas, embora houvesse recomendações de que as pessoas retornassem somente após feita a total desinfecção da cidade. Lembrando que a epidemia provocou um êxodo da população amedrontada com a doença.

Ao lado de Coelho Neto, Cesar Bienrrenbach, Souza Brito, entre outros, ajudou a fundar o Centro de Ciências Letras e Artes.

Na epidemia de febre amarela em 1889, José Paulino Nogueira, então presidente da Câmara Municipal, solicitou ao Dr. Marcos de Oliveira Arruda, Inspetor de Higiene da Província de São Paulo, o envio da vacina que havia sido criada pelo médico Domingos José Freire, no Rio de Janeiro.

O próprio Dr. Freire veio à Campinas para vacinar as pessoas. Com sua volta ao Rio de Janeiro em 26 de abril de 1889, o Dr. Angelo Simões passou a se responsabilizar pela vacinação. Entusiasta dessa medida, o Dr. Simões enviou um relatório ao Presidente da Província, o Barão de Jaguara, no qual afirmava que iria continuar a vacinação nos habitantes que iriam voltar a Campinas, embora houvesse recomendações de que as pessoas retornassem somente após feita a total desinfecção da cidade. Lembrando que a epidemia provocou um êxodo da população amedrontada com a doença.

Em anos anteriores a 1889, quando a febre amarela já se manifestava na cidade, por várias ocasiões o Dr. Ângelo Simões solicitou ao Intendente Municipal, Antonio Álvares Lobo, que providenciasse a desinfecção de latrinas e esgotos das casas onde casos foram registrados

Como resultado do seu trabalho no combate à doença, Angelo Simões publicou o livro “Tratamento da febre amarela pela água clorada”, onde ele fez observações sobre as condições sanitárias de Campinas, afirmando “(...) não basta que tenha água e esgotos na cidade; é urgente a drenagem do solo, como urgente é também a arborização das praças e ruas principais.”

O livro foi publicado no Rio de Janeiro em 1897 e possibilitou sua entrada para a Academia Brasileira de Medicina.

Angelo Simões, além de médico, foi delegado de polícia, intendente municipal e político. Monarquista, era filiado ao Partido Liberal, sendo dirigente do diretório municipal. Elegeu-se vereador em 1904 para a legislatura de 1905 a 1907.

Em 20 de outubro de 1907, tem-se notícia de que após realizar as habituais visitas aos seus doentes e conversar com vários de seus amigos, pôs fim à própria vida. Há quem diga que a perda de alguns de seus filhos para a febre amarela nunca foi superada, sendo, portanto, a principal motivação para esse ato extremo.

Links

Ato nº 25 de 29 de junho de 1931Registro de diploma na Câmara Municipal

Referências

BRITO, Jolumá. História da cidade de Campinas. São Paulo: Saraiva, 1966. v. 22, p. 16 a 23.

KROGH, Daniela da Silva Santos. A reconfiguração urbana de Campinas no contexto das epidemias de febre amarela no final do século XIX (1880 – 1900). Campinas: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 2012. Disponível em: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/handle/123456789/16194. Acesso em 25 ago 2023

O ESTADO de São Paulo, 22 out 1907, p. 3. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19071022-10545-nac-0003-999-3-not. Acesso em: 25 ago 2023.