Carolina Krug Florence nasceu na cidade de Cassel, no sul da Alemanha, em 21 de março de 1828. Filha de João Henrique Krug, artesão e dono de um estabelecimento que produzia mosaicos de madeira, e Elisabeth Debus Krug.
Iniciou seus estudos aos 6 anos e até os quatorze frequentou a Escola Ruppel. Mais tarde foi enviada por seus pais para estudar na Suiça, onde teve a oportunidade de conhecer e praticar o moderno método de pedagogia de Pestalozzi. Dedicou-se com afinco aos estudos, preparando-se, assim para sua almejada carreira de docente.
Em 1848 retornou a Cassel, durante algum tempo deu aulas para moças em uma casa de família, na propriedade campestre de Holstein e por três anos lecionou em um colégio em Altona. Por sua competência profissional, Carolina chegou a receber uma proposta para assumir a direção do Instituto, porém recusou por considerar-se ainda muito jovem para o cargo.
Em setembro de 1852, embarcou juntamente com sua família com destino ao Brasil para unir-se a seu irmão mais velho Jorge Krug, estabelecido como farmacêutico em Campinas desde 1846 e que também se dedicava a causas relacionadas à educação.
Casou-se com Hércules Florence, amigo de seu irmão Jorge Krug, dois anos depois, em 1854, com quem teve sete filhos.
Em 3 de novembro de 1863, fundou em Campinas o Colégio Florence destinado para mulheres com o apoio do irmão mais velho e do esposo, realizando, assim, o desejo de criar um estabelecimento de ensino no Brasil baseado nos modelos europeus.
Enfrentou inicialmente muitos desafios desde a escassez de professores qualificados até a mentalidade da época sobre a educação feminina, mais voltada para o ambiente doméstico, trabalhos de bordados, música, canto e dança.
Diferente de outros colégios da época, a pedagogia adotada por Carolina envolvia procedimentos que colocavam a família como centro da educação e valorizavam a cooperação e respeito mútuo entre os membros da instituição. A inspiração vinha da pedagogia de Pestalozzi, que focava na convivência entre alunos e professores em atividades cotidianas. A aprendizagem da vida cultural também era uma forte característica, preparando as mulheres não somente para o convívio em espaço privado mas para o público igualmente. Ao longo dos anos de sua atuação, Carolina Florence empenhou-se em conhecer e adquirir novos métodos de ensino para serem aplicados em sua instituição.
Em 1889, devido a epidemia de febre amarela na cidade de Campinas, o Colégio Florence fechou suas portas, voltando a funcionar no mesmo ano, transferida suas instalações para Jundiái.
Carolina Florence resolveu afastar-se da direção do colégio após 33 anos de intensa dedicação à educação. Em 1907, retornou à Europa por motivos de saúde e veio a falecer em 7 de abril de 1913, aos oitenta e cinco anos de idade, em Florença.
