O nome dessa rua está intimamente ligado ao fato de ali ter se estabelecido o Colégio Culto à Ciência. Antes a via se chamava Rua Alegre e passou a ser conhecida pela população como Rua do Colégio, após a edificação da escola.
Por proposta do vereador Dr. Ricardo Daunt, em 23 de dezembro de 1882, a Câmara Municipal aprovou dar o nome de Sebastião de Souza à Rua Alegre. Porém, com o advento da nova legislatura iniciada em 1883, o vereador José Maria Lamaneris propôs que a via passasse a se chamar Rua Culto à Ciência, sendo a proposta aprovada pelos demais vereadores.
Idealizado por Antonio Pompeu de Camargo, o Colégio Culto à Ciência tornou-se um símbolo histórico, patrimônio cultural e arquitetônico de Campinas.
Antonio Pompeu aliou-se a Joaquim Bonifácio do Amaral, futuro Visconde de Indaiatuba, e a vários homens de negócios e fazendeiros de Campinas, que contribuíram com dinheiro, para a fundação da Sociedade Culto à Ciência, conforme reunião realizada em 19 de março de 1869.
Com a compra de um terreno, uma antiga chácara, foi lançada a pedra fundamental do colégio, em 13 de abril de 1873. O prédio foi edificado por Guilherme Krug e inaugurado em 12 de janeiro de 1874. Em 1992, foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas, pela Resolução nº 12.
O Colégio Culto à Ciência era uma escola particular destinada a meninos. A maioria dos alunos eram filhos de maçons da Loja Independência – fazendeiros, intelectuais e comerciantes. Funcionou dessa forma, até 1892.
Em 1894, a Sociedade Culto à Ciência não podendo mais manter o colégio particular, doou o patrimônio para Câmara Municipal de Campinas. Nesse mesmo ano, o colégio passou a pertencer ao Estado de São Paulo.
Pelo Decreto Estadual nº 284, de 15 de março de 1895, foi criado um ginásio na cidade de Campinas, que passou a funcionar em dezembro de 1896, no mesmo prédio que fora ocupado pelo Colégio Culto à Ciência.
Em 1946, o colégio comemorou 50 anos de existência como instituição oficial e a associação dos ex-alunos pleiteou a volta à denominação de “Culto à Ciência” para o Colégio Estadual de Campinas, o que veio a ocorrer pelo Decreto Estadual nº 17.350, de 1º de julho de 1947.
O Colégio Culto à Ciência é a instituição pública de ensino mais antiga do Brasil funcionando no mesmo local de sua fundação. Nele estudaram várias personalidades como Santos Dumont, matriculado em 1883, o jornalista Júlio de Mesquita, o poeta Guilherme de Almeida e, mais recentemente, pessoas ligadas às artes e entretenimento, como o apresentador Fausto Silva, e os atores Carlos Zara e Regina Duarte.
Desde 2015, o colégio oferece curso em período integral e tem por objetivo a inserção pré-científica dos alunos, que são desafiados a encontrar soluções aos problemas apresentados. É o caso do canudo biodegradável à base de inhame, criado pela ex-aluna Maria Pennachin. Seu projeto chegou a ser apresentado em uma feira em Abu Dhabi, em 2019.
“Animum exerce in optimus rebus” (exercite sua mente nas melhores coisas), é a frase em latim que consta do logotipo da escola e traduz fielmente o espírito que sempre norteou a existência do Colégio Culto à Ciência, desde sua fundação.
