Francisco Glicério de Cerqueira Leite nasceu em Campinas, em 15 de agosto de 1846. Faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de abril de 1916. Seu corpo está sepultado em um mausoléu no Cemitério da Saudade, em Campinas.
Foi advogado, jornalista, empreendedor, político e general. Era filho de Antônio Benedito de Cerqueira Leite e de Maria Zelinda da Conceição Cerqueira.
Iniciou os seus estudos na escola de Quirino do Amaral Campos, em Campinas e concluiu o nível secundário no Seminário Episcopal, na capital paulista.
Ingressou na faculdade de Direito em São Paulo, em 1862, mas precisou interromper o estudos em em razão da morte do seu pai.
Em São Paulo frequentou a república de estudantes de direito, onde o seu irmão, Jorge Miranda, residia. Nesses encontros, Francisco Glicério participou do mais importante grupo propagandista da República, na companhia de Manuel Ferraz de Campos Sales, João Quirino do Nascimento, Bernardino de Campos, Prudente de Morais, entre outros.
De volta a Campinas trabalhou como tipógrafo e revisor de jornal. Foi professor em São João do Rio Claro. Regressou a sua cidade natal trabalhando como copista de cartório, auxiliar de escritório de advocacia do seu irmão, Jorge Miranda. Foi discípulo de Caetano José da Silva Costa, com quem aprendeu os segredos da profissão de advogado.
Em 1867, prestou exames para solicitador *. Nesse mesmo ano, ao ser fundada a Loja Maçônica Independência de Campinas, passou a fazer parte de seus quadros.
Participou do Clube Radical, que defendia a abolição da escravatura, ao lado de Luís Gama, Américo de Campos, Bernardino de Campos, Prudente de Morais.
Ingressou no Partido Radical, precursor do Partido Republicano, em 1870. Em 1873, participou da Convenção de Itu, que reuniu representantes republicanos de 17 cidades paulistas. Foi sócio fundador do jornal “A Província de São Paulo” que atuava como órgão do Partido Republicano Paulista (PRP). Ajudou a organizar o Diretório Republicano de Campinas.
Francisco Glicério elegeu-se vereador em 1881, com mandato até 1884. Foi deputado federal em 03 mandatos (1891/1893; 1894/1896; 1897/1899), chegando a presidir a casa legislativa. Foi senador da República de 1902 a 1916.
No governo republicado do Marechal Deodoro, recebeu o título honorário de General e foi Ministro da Agricultura de 1890 a 1891.
Como empreendedor, Francisco Glicério participou da Companhia Paulista de Estradas de Ferro e da organização da Companhia Campineira de Águas e Esgotos. Colaborou ainda na fundação do Colégio Culto à Ciência, ao lado de Campos Sales.
Na sessão da Câmara de Campinas, em 25 de novembro de 1889, os vereadores Salvador Leite de Camargo Penteado e Antônio Álvaro de Souza Camargo indicaram que se desse à Rua do Rosário o nome de Francisco Glicério, uma homenagem ao republicano por sua brilhante atuação na campanha que resultou na implantação da República no Brasil.
* Solicitador é aquele que exercia a função de advogado, mesmo não o sendo (Dicionário Aulete online)