Guilherme de Almeida

Guilherme de Almeida

Praça Guilherme de Almeida

Guilherme de Andrade e Almeida nasceu em 24 de julho de 1890, em Campinas e faleceu em 11 de julho de 1969, em São Paulo, capital.

Era filho de Estevão de Araújo Almeida, jurista e professor de direito e de Angelina de Andrade Almeida.

Poeta, tradutor, dramaturgo e ensaísta ficou conhecido principalmente por sua poesia e seu papel ativo na fundação do modernismo no Brasil.

Os primeiros anos de sua infância foram vividos nas cidades de Limeira, Araras e Rio Claro. Em 1902, estudou no Ginásio de Campinas. Com a mudança da família para a cidade de São Paulo, em 1903, ingressou no Colégio São Bento e formou-se no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, em 1907.

Concluiu o curso da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1912, e atuou como promotor público em Apiaí e Mogi Mirim. De volta a São Paulo, trabalhou com o seu pai até o ano de 1923, quando passou a se dedicar prioritariamente à atividade de escritor.

Sua carreira literária se iniciou, em 1916, com a publicação de duas peças teatrais escritas em parceria com Oswald de Andrade: Mom coeur balance e Leur âme. 

No ano seguinte, lançou o seu primeiro livro de poemas, Nós. Seguiram-se as publicações A dança da horas (1919) e Era uma vez… (1922), obras que tornaram Guilherme de Almeida um poeta de grande sucesso.

Atuou decisivamente na realização da Semana de Arte Moderna, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Pichia. Ajudou a fundar a revista Klaxon, que era porta-voz do movimento, integrou a equipe dos editores e criou a capa do periódico. A partir desse engajamento, sua poesia assumiu traços modernistas, embora ainda permanecessem vestígios do simbolismo e paranasianismo que marcaram suas primeiras criações.

Casou-se, em 1923, com com Belkiss Barroso do Amaral (Baby), e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1925. Nesse ano, publicou quatro livros de poemas: Narciso, Encantamento, Raça e Meu. Este último considerado de fato modernista, onde Guilherme de Almeida alternava o verso livre (uma conquista do movimento) com o verso tradicional.

Foi eleito em 1928 para a Academia Paulista de Letras e, em 1930, para a Academia Brasileira de Letras.

Na Revolução Constitucionalista de 1932, participou ativamente, chegando a se alistar, voluntariamente como soldado raso, lutando na cidade de Cunha. Ao término da revolução, foi preso e exilado em Portugal, onde permaneceu até o ano seguinte.

Entre as décadas de 1920 e 1940, escreveu para o jornal “O Estado de São Paulo”, a coluna Cinematographos, pioneira na crítica cinematográfica do país, assinando o final do texto com “G.” Na edição de 11 de abril de 1929, destacamos o seguinte trecho, sob o título Um caso “chaplinesco”:

Commentario de um grande jornal francez, que traduzo como posso para o morno bocejo deste dia: ‘Curiosa época que é a nossa, em que um artista de cinema interessa tanto e mesmo mais ás multidões do que um grande soldado, um grande político e um grande sábio! Tudo se quer saber delle: a sua vida, suas fraquezas, as sua manias, o que ás vezes, não deixa de ter certo pittoresco…’”

Sua obra compreende mais de 70 publicações entre poesia, prosa, ensaio, tradução e trabalho jornalístico.

Em 1959, em um concurso promovido pelo jornal Correio da Manhã, foi eleito “Príncipe dos Poetas Brasileiros”.

Guilherme de Almeida transitou com igual competência por modelos composicionais diversos e soube conciliar princípios artísticos contrastantes o que conferiu originalidade a sua obra, condensando a eterna contradição do nacionalismo brasileiro entre o velho e o novo.

Em Campinas, uma praça no centro  e uma rua em Sousas homenageiam esse grande poeta.

Links

Decreto nº 3.471, de 29 de agosto de 1969Decreto nº 7.325, de 24 de agosto de 1982

Referências