Henrique de Barcellos nasceu nas Ilhas Canárias, em 26 de fevereiro de 1854 e faleceu em Campinas, em 2 de setembro de 1911.
Chegando ao Brasil, fixou residência no Rio de Janeiro e somente em 1873 mudou-se para Campinas onde se dedicou ao comércio.
Porém, sua vocação maior era o jornalismo. Assim, em 1874, ao lado de Antonio Duarte de Morais Sarmento e José Gonçalves Pinheiro fez circular o primeiro número de “A Mocidade”. O jornal encontrou boa aceitação do público e após um curto período de publicidade semanal, passou a circular às terças e sextas-feiras. Em 1875, o jornal passou a se chamar “Atualidade”, nome que não durou muito tempo, pois em setembro desse mesmo ano transformou-se no “Diário de Campinas”, a primeira folha diária da cidade.
Em nota do dia 21 de setembro de 1875, lê-se no jornal “A Província de São Paulo” (atual “O Estado de São Paulo):
“Diário de Campinas – com esse título appareceu no dia 19 do corrente, o 1º número de uma folha em quatro columnas, primeira que alli se publica”
São seus redactores os intelligentes moços que regiam a ‘Actualidade’, os srs. Henrique de Barcellos, Gonçalves Pinheiro e Joaquim de Toledo”
Henrique de Barcellos esteve à frente do “Diário de Campinas” por 10 anos. Em 1885, ele fundou o “Correio de Campinas’. Após um período de afastamento do jornalismo, ele voltou à imprensa em 1900, com o jornal “Comércio de Campinas”, que sempre esteve na luta em prol dos interesses coletivos.
Republicano, liberal e abolicionista preferiu a atuação independente de partido para exercer melhor a crítica. Jornalista autodidata, dedicou-se devotadamente às causas populares.
Colocou o seu jornal a favor de iniciativas culturais como a fundação do Centro de Ciências, Letras e Artes, onde chegou a lecionar, e outras filantrópicas, como a criação do Asilo de Inválidos e o levantamento da parte complementar do Liceu de Artes e Ofícios de Dom Nery.
Além do jornalismo, Henrique de Barcellos era professor de português e escreveu peças de teatro, entre elas, “Os dois pagens”, “Os amores do Sr. Antão” e “Apuros de um jornalista”.
Um Edital publicado em 10 de julho de 1922, presta homenagem “à memória do conhecido educador e jornalista emerito (…) que muito contribuiu para o progresso desta terra”, ao atribuir à antiga Rua Jatahy, o nome de Henrique de Barcellos.