Barão de Jaguara

Barão de Jaguara

Rua Barão de Jaguara

Antônio Pinheiro de Ulhôa Cintra, o Barão de Jaguara, nasceu em 12 de junho de 1837 na cidade de São Paulo, onde faleceu em 14 de agosto de 1895. Era irmão de Delfino Pinheiro de Ulhôa Cintra, deputado geral, que também teve destaque na vida pública de Campinas.

Fez seus estudos secundários em São Paulo e formou-se em medicina no Rio de Janeiro pela Academia de Medicina da Côrte em 1859. Após sua formatura, fixou residência em Casa Branca, onde clinicou por alguns anos.

Ingressou na política em 1870 por grande influência de seu irmão, sendo eleito deputado provincial paulista pelo Partido Conservador e reeleito em outras legislaturas. Durante longo tempo foi chefe de maior prestígio do partido.

Foi diretor da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro entre os anos de 1872 e 1889, onde teve uma atuação de grande destaque.

Por decreto de 20 de junho de 1888 foi agraciado com o título de Barão de Jaguara.

Em 6 de abril de 1889 foi nomeado Presidente da Província de São Paulo, justamente na época em que a epidemia de febre amarela tomava conta da região. Dias depois foi nomeado 2º cirurgião do Corpo de Saúde do Exército no posto de alferes farmacêutico.

Em seu governo, o barão demonstrou notável dedicação a Campinas. Esteve na cidade acompanhado pelo dr. Luiz Pereira Barreto e outros médicos para verificar pessoalmente as condições em que a cidade se encontrava, examinou os trabalhos de canalização de água vinda de Valinhos para os chafarizes públicos e visitou enfermos nos hospitais improvisados. 

Diante da constatação das condições sanitárias precárias, convocou a Assembleia Provincial para análise urgente e autorização do pedido de empréstimo de dois mil contos de réis para conclusão das obras dos serviços de águas e esgotos.

Em sua mensagem ao legislativo em 21 de maio de 1889, escreveu o seguinte: “A epidemia tem assolado com intensidade as cidades de Campinas e Santos, causando forte abalo no comércio, na lavoura e nas indústrias da Província, relacionadas diretamente com ambos aqueles empórios importantíssimos; os estado anormal, a que, em virtude do terrível flagelo se viram reduzidas aquelas localidades; a necessidade inadiável de decretar medidas que previnam a repetição do mal, que consequências tão funestas têm tido para o progresso e a riqueza da Província, justificam de sobra a convocação extraordinária desta Assembleia”

Em sessão realizada em Valinhos, para onde havia se transferido a municipalidade local em virtude da epidemia, o dr. Ricardo pediu à Câmara que se manifestasse ao Barão a gratidão da cidade pela prontidão com que a socorrera. Por seus relevantes serviços prestados a Campinas, em deliberação do vereadores na Câmara Municipal, por decisão unânime, o nome do Barão de Jaguara foi concedido à antiga rua Direita.

Links

Ata da Sessão de 1º de julho de 1889

Referências

BRITO, Jolumá. Historia da cidade de Campinas. Campinas, SP: Saraiva, 1958. v 22. p. 82.

GOULART, Edmo. Campinas: ruas da época imperial. Campinas, SP: Maranata, 1983. 141 p., il. p. 20.

LIMA, Jorge Alves de. O ovo da serpente: Campinas 1989. Campinas: Arte Escrita, 2013. p. 250.