Júlio de Mesquita

Júlio de Mesquita

Avenida Júlio de Mesquita

Júlio César Ferreira de Mesquita nasceu em Campinas (SP) no dia 18 de agosto de 1862, filho de Francisco Ferreira de Mesquita e de Maria da Conceição Ferreira de Mesquita, imigrantes portugueses.

Aos 3 anos foi para Portugal com a família, retornando em 1870 para o Campinas, já em 1878 ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se advogado aos 21 anos em 1883.

Ainda estudante iniciou-se no jornalismo como redator do “A República”, órgão do Clube Republicano Acadêmico fundado em julho de 1876.

Começou a trabalhar no escritório de advocacia do republicano e abolicionista Francisco Quirino dos Santos, porém em pouco tempo preferiu colaborar na Gazeta de Campinas, também de propriedade de Quirino dos Santos, onde trabalhou na redação com Alberto Sales, irmão de Campos Sales (Presidente do Brasil entre 1898–1902)

Em 1885 foi convidado por Alberto Sales, então sócio e diretor-gerente do jornal “A Província de São Paulo”, para ser redator político.

Júlio Mesquita também se iniciou na política, sendo indicado e eleito para vereador na Câmara Municipal de Campinas no período 1887-1890.

Com o fim da monarquia, foi nomeado no dia seguinte secretário-geral do novo governo provisório de São Paulo, chefiado pela junta formada por Prudente de Morais, Francisco Rangel Pestana e o tenente-coronel Joaquim de Sousa Mursa, onde permaneceu até janeiro de 1890, quando retornou à redação do jornal, que teve seu nome alterado para O Estado de São Paulo.

Em 30 de abril de 1891 foi eleito para o Congresso Constituinte paulista e em seguida foi escolhido pelos constituintes como secretário da Mesa Diretora. Após a promulgação da Constituição do estado, em 14 de julho, passou a exercer o mandato de deputado estadual.

Em 27 de abril de 1892, exercendo as funções de redator-chefe de O Estado de São Paulo, Júlio Mesquita foi eleito para ocupar a vaga de deputado federal aberta com a renúncia de Rodolfo Miranda, foi indicado relator da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça e fez parte, em 30 de julho de 1893, da fundação do Partido Republicano Federal (PRF) tendo à frente Francisco Glicério.

Foi reeleito Deputado Federal para a legislatura de 1894-1896, renunciou ao mandato meses depois para retornar a São Paulo, sendo novamente eleito deputado estadual de 1895-1897, tomou posse em 7 de abril de 1895 e foi indicado líder da maioria na Câmara estadual e tornou-se também membro da comissão diretora do Partido Republicano Paulista, ao lado de Bernardino de Campos, Francisco Glicério e João Batista de Melo Oliveira, que após a cisão em 1897 saiu em defesa do Presidente da República Prudente de Morais (1894-1898) contra Francisco Glicério, chefe do PRF. Também em 1897, um ano antes de falecer, seu pai Francisco Mesquita torna-se coproprietário do Estado de São Paulo.

Júlio Mesquita foi reeleito deputado estadual para as legislaturas 1898-1900 e 1901-1903.

Em 1902, Júlio Mesquita tornou-se o único proprietário do Estado de São Paulo, e não quis renovar o mandato de deputado estadual na legislatura 1904-1906, em ocasião da filha doente foi para a Portugal com a família, contudo sua filha faleceu durante a viagem, e, abalado, permaneceu em Portugal até outubro de 1906.

De volta ao Brasil, foi mais uma vez eleito deputado estadual para o período 1907-1909 e logo depois, por escolha unânime de seus pares, tornou-se líder da maioria na Câmara de São Paulo.

Em 1909, foi um dos articuladores da candidatura de Rui Barbosa à presidência da República, contudo foi derrotado.

Em fevereiro de 1910 Júlio Mesquita foi reeleito deputado estadual para a legislatura 1910-1912. Foi eleito senador em 1912 em substituição de seu sogro que faleceu, mas por estar Europa para tratamento de saúde, só tomou posse em 30 de dezembro de 1913, com mandato até 1915.

Júlio Mesquita faleceu na cidade de São Paulo em 15 de março de 1927. De seu casamento com Lucila Cerqueira César Mesquita, teve dez filhos. Júlio de Mesquita Filho foi jornalista e diretor do Estado de S. Paulo. Francisco Mesquita foi jornalista, constituinte estadual em 1934 e deputado estadual em São Paulo de 1935 a 1937. Entre as homenagens que recebeu estava a Legião de Honra, concedida pelo governo da França. Em 1948 foi criado por lei estadual aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo o município de Júlio Mesquita.

Links

Lei nº 361 de 15 de julho de 1950