Luiz Gama

Luiz Gama

Rua Luiz Gama

Luiz Gonzaga Pinto da Gama, nasceu no dia 21 de junho de 1830, no estado da Bahia, filho de um fidalgo português e de Luiza Mahin, negra livre que participou de diversas insurreições de escravos.

Aos 10 anos foi vendido como escravo pelo pai para pagar uma dívida de jogo e transportado para o Rio de Janeiro, sendo comprado pelo alferes Antônio Pereira Cardoso e passou por diversas cidades de São Paulo até ser levado ao município de Lorena. Foi alfabetizado aos dezessete anos pelo estudante Antônio Rodrigues de Araújo, que havia se hospedado na fazenda do alferes.

Aos dezoito anos fugiu para São Paulo e alistou-se na Força Pública da Província ou Corpo de Força da Linha de São Paulo, entidade na qual se graduou cabo e permaneceu até o ano de 1854 quando deu baixa por um incidente que ele classificou como “suposta insubordinação”, já que apenas se limitara a responder o insulto de um oficial.

Em 1850 casou-se e tentou frequentar o Curso de Direito do Largo do São Francisco, hoje denominada Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Por ser negro, enfrentou a hostilidade de professores e alunos, mas persistiu como ouvinte das aulas. Não concluiu o curso, mas o conhecimento adquirido permitiu que atuasse na defesa jurídica de negros escravos.

Na década de 1860 destacou-se como jornalista e colaborador de diversos periódicos progressistas. Projetou-se na literatura em função de seus poemas, nos quais satirizava a aristocracia e os poderosos de seu tempo e hoje é reconhecido como um dos grandes representantes da segunda geração do romantismo brasileiro, mas na época enfrentou a oposição dos acadêmicos conservadores.

Luiz Gama foi um dos maiores líderes abolicionistas do Brasil onde sempre esteve engajado nos movimentos contra a escravidão e a favor da liberdade dos negros.

Fundou em 1869 com Rui Barbosa o Jornal Radical Paulistano, em 1880 foi líder da Mocidade Abolicionista e Republicana e devido a sua luta a favor da libertação dos escravos era hostilizado pelo Partido Conservador chegando a ser demitido do cargo de amanuense por motivos políticos.

Nos Tribunais, usando de sua oratória impecável e seus conhecimentos jurídicos, conseguiu libertar mais de 500 escravos, algumas estimativas falam em 1000 escravos. As causas eram diversas, muitas envolviam negros que podiam pagar cartas de alforria, mas eram impedidos pelos seus senhores de serem libertos, ou que haviam entrado no território nacional após a proibição do tráfico negreiro em 1850. Também ganhou notoriedade por defender que ao matar seu senhor, o escravo agia em legítima defesa.

Faleceu em 24 de agosto de 1882 e foi sepultado no Cemitério da Consolação, na presença de 3.000 pessoas numa São Paulo de 40.000 habitantes.

Foi homenageado com nome de rua por campinas pelo Edital de 12 de setembro de 1927 e confirmado pela Lei nº 288 de 30 de dezembro de 1949.

Links

Edital de 12 de setembro de 1927Lei nº 288 de 30 de dezembro de 1949

Referências