Germano Frederico Eduardo Melchert nasceu em 2 de janeiro de 1844, em Flemude (Holstein), na Alemanha e faleceu no dia 5 de junho de 1921, na cidade de Santos.
Foi com 12 anos de idade que Germano Melchert chegou ao Brasil, em 1856. Sua família decidiu sair da Alemanha, em razão das constantes guerras com a Dinamarca.
Seu pai, o senhor Hermano Melchert era médico. Sendo de família de Cavalheiros Ritter, a tradição impunha que o primogênito seguisse as atividades do pai. O filho mais velho, Joaquim Theodoro Melchert não possuía a vocação para a medicina e acabou estudando agrimensura. Germano, por sua vez, já demonstrava grande inclinação para essa área. Mesmo não tendo o apoio do pai para seguir sua vocação, Germano mudou de Piracicaba, onde a família havia se estabelecido, para a cidade de São Paulo, a fim de trabalhar na farmácia Veado de Ouro. Aos 15 anos de idade, com seus próprios recursos embarcava para a Alemanha, para realizar o seu sonho e estudar medicina.
Formou-se pela Real Universidade de Maximiliano Ludwig II, em Munique, recebendo o diploma de médico e cirurgião, em 1872. Melchert ainda estava na Alemanha, quando a França declarou guerra ao seu país. O jovem médico não era obrigado a se alistar, por ter-se naturalizado brasileiro. Mesmo assim, prestou serviços como médico voluntário e foi condecorado pelo Kaiser Guilherme I, por sua bravura e dedicação.
Germano Melchert voltou ao Brasil em 1874 e, conforme as leis vigentes à época, defendeu sua tese perante a Faculdade Imperial de Medicina do Rio de Janeiro.
Mudou-se para Campinas, nesse mesmo ano, abrindo uma “Casa de Saúde”, atuando como cirurgião, parteiro e oculista.
Em 1875, casou-se com Ana Catarina Elisabeth Wiebeck, constando do livro de Registros de Casamentos Acatólicos de 1864 a 1889, da Câmara Municipal de Campinas, as informações sobre a cerimônia realizada em 1º de maio de 1875. O casal teve 13 filhos, sendo 12 deles campineiros.
Foi Juiz Municipal, suplente de Delegado de Polícia, Juiz de Órfãos suplente e nomeado por D. Pedro II para o posto de Capitão-cirurgião Mor do Comando Superior da Guarda Nacional nas comarcas de Campinas e Jundiaí.
Exerceu a vereança de 1892 a 1895, na primeira Câmara do regime republicano, sempre preocupado com as necessidades mais urgentes, principalmente as questões de higiene pública.
Germano Melchert entrou para o corpo médico da Sociedade Beneficência Portuguesa de Campinas em 1889 e ocupou o cargo de diretor-clínico de 1890 a 1899. Desligou-se da Sociedade em 1903, quando mudou-se para Santos.
No primeiro ano da epidemia da febre amarela, em 1889, dos 23 médicos que clinicavam em Campinas, apenas 03 permaneceram na cidade: o Dr. Ângelo Simões, o Dr. Costa Aguiar e o Dr. Melchert.
O Dr. Melchert enviou sua família para Vevey, na Suíça, e iniciou a sua luta árdua contra a doença. O atestado de óbito da primeira vítima, Rosa Beck, foi assinado por ele. Em visita aos doentes, tinha o hábito de deixar debaixo da receita uma importância para a compra de medicamento e também alimentos. Em reconhecimento por seu trabalho incansável, a Câmara Municipal lhe concedeu a Medalha de Gratidão. Ele ainda autuou nas epidemias de 1890 e 1896.
Germano Melchert viveu por 18 anos na cidade de Santos, destacando-se na epidemia de gripe espanhola que atacou o Brasil em 1918.
Por Ato da Prefeitura, de 1931, a travessa da Rua Buarque de Macedo, entre a Rua Carolina Florence e a Estrada de Ferro Sorocabana, passou a se chamar Rua Dr. Melchert.
