Doutor Quirino

Doutor Quirino

Rua Doutor Quirino

Franciso Quirino dos Santos nasceu em 14 de julho de 1841, em Campinas e faleceu em São Paulo no dia 6 de maio de 1886.

Era filho do segundo casamento de Joaquim Quirino dos Santos com Maria Francisca de Paula Santos.

Ingressou na única escola pública de Campinas, aos 9 anos e lá estudou com João Teodoro e Francisco Teodoro, os futuros fundadores do primeiro jornal da cidade, chamado “Aurora Campineira”. Permaneceu nessa escola por 8 meses, retornando à fazenda onde nasceu, às margens do rio Atibaia, onde passou a se dedicar à leitura de poetas brasileiros e portugueses.

Mais tarde ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se no ano de 1863. Durante o período acadêmico, foi responsável pela redação do jornal literário “O Lírio” e do jornal político “A Razão”.

Já formado, foi ainda colaborador e diretor do jornal “O Correio Paulistano”, de propriedade de seu sogro, José Roberto de Azevedo Marques.

Francisco Quirino ainda estava no posto de redator do “Correio Paulistano”, quando foi nomeado para o cargo de promotor público em Santos, lá permanecendo de 1865 a 1867, sendo demitido por questões políticas.

De volta a Campinas, Quirino dos Santos, junto com José Maria Lisboa, fundou a “Gazeta de Campinas”, em 1869. A primeira redação do jornal foi instalada na Rua de Baixo (atual Luzitana), esquina da Rua Formosa (atual Conceição). Durante 10 anos, Francisco Quirino foi fundador, redator e proprietário do jornal que circulava duas vezes por semana.

A “Gazeta” era um jornal orientado por altos ideais políticos e de sua redação participavam os maiores nomes da imprensa, da política e da literatura. Francisco Quirino se dedicava à parte literária.

Como poeta, romancista e dramaturgo, Quirino dos Santos deixou as seguintes obras: “Estrelas Errantes”, “A filha da Judia”, “Campinas”, “Carlos Gomes”, “A lenda do saci”, “A Virgem Guaraciaba”, “A nova louzã”.

Republicano e abolicionista, suas poesias sobre a escravidão precederam no tempo a Castro Alves. O poema “O filhinho da lavandeira”, da coletânea “Estrelas Errantes”, foi escrito em 1861 e conta a melancolia da mãe escrava e lavadeira.

Francisco Quirino participou de quase todas as associações culturais de São Paulo e foi membro correspondente da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Foi eleito juiz de paz, por várias vezes, vereador de Campinas e deputado provincial.

Em 1886, o vereador Joaquim Monteiro de Carvalho e Silva, na sessão de 20 de maio, propôs que o nome da “Rua do Comércio” fosse substituído por “Rua Dr. Quirino”, em homenagem a Francisco Quirino dos Santos, poeta renomado, líder republicano, jornalista e político.

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Ata da Sessão de 20 de maio de 1886

Referências

BRITO, Jolumá. História da cidade de Campinas. São Paulo: Saraiva, 1958. p. 79 -101

GOULART, Edmo. Campinas: ruas da época imperial. Campinas: Maranata, 1983. p. 19 e 20

MOMESSO, Beatriz Piva. Imprensa e política no oitocentos: a atuação de Francisco Quirino dos Santos. Campinas: Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas (IHGG-Campinas). 26 mar. 2019. Disponível em: https://ihggcampinas.org/2019/03/26/imprensa-e-politica-no-oitocentos-a-atuacao-de-francisco-quirino-dos-santos/. Acesso em: 15 set. 2023.

A PROVÍNCIA de São Paulo. Dr. Quirino dos Santos. 7 mai. 1886, p.1. Disponível em: https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/18860507-3333-nac-0001-999-1-not. Acesso em 15 set. 2023.