João Theodoro de Siqueira e Silva nasceu em Santos, em 04 de maio de 1834 e faleceu em 06 de junho de 1889.
Era filho de Joaquim Theodoro da Silva, um português que foi negociante em Santos, e de Maria Bárbara de Siqueira e Silva.
Junto com seu irmão, Francisco Theodoro, João adquiriu um prelo de Hércules Florence e fundou uma tipografia que se localizava na Rua do Pórtico (atual Ferreira Penteado). Em 04 de abril de 1858, surgiu o primeiro número do “Aurora Campineira”, jornal que marcou o início da imprensa em Campinas.
O “Aurora Campineira” era um jornal para produção de informes publicitários do comércio local. Com o crescimento da população da cidade, passou a ser um jornal informativo. Circulava semanalmente aos domingos e chegou a ter 120 assinantes.
João Theodoro não era doutor nem bacharel. Quando jovem frequentou o curso de latim e francês do Mestre Quirino do Amaral Campos, se fez tipógrafo e se aventurou no jornalismo.
Em seus artigos costumava criticar os políticos desonestos. Por isso, sofria perseguições e teve que responder a vários processos.
Em 1860, o jornal tornou-se órgão oficial do Partido Conservador, passando a assumir esse nome. A direção de O Conservador era de Francisco Antonio de Araújo. João Theodoro passou a se dedicar aos negócios da tipografia.
O editor-chefe do Conservador, Francisco Antonio, foi acusado por Joaquim Bonifácio do Amaral de ser o autor de artigo anônimo publicado no jornal, onde foram escritos insultos a sua pessoa. Francisco replicou com a publicação de outro artigo desaforado, sem a devida assinatura.
Dessa briga resultou mais um processo na Justiça, que teve que ser respondido por João Theodoro, proprietário do jornal.
João Theodoro chegou a ser condenado a sete meses de prisão, que não chegaram a ser cumpridos, visto que ele se refugiou na fazenda de um amigo e aguardou pela revisão do processo.
Quando o novo magistrado da Comarca, o Doutor Vicente Ferreira da Silva Bueno assumiu, João Theodoro pode ver a sua sentença refeita, livrando-se da prisão.
O jornal O Conservador teve duração de apenas seis meses e encerrou suas edições, logo após a instauração do processo movido por Joaquim do Amaral.
João Theodoro manteve a tipografia em funcionamento, dedicando-se à impressão de encomendas comerciais e lecionando gramática a alunos particulares nas horas vagas.
O Edital de 7 de novembro de 1908 homenageia o primeiro jornalista de Campinas, ao denominar Rua João Theodoro aquela de vai da Rua Dr. Salles Oliveira para a chácara da “Àrvore Grande”.
