Avenida da Saudade (antiga Avenida do Fundão)

É uma tradição comum, em todo o Brasil, denominar como Saudade a rua ou avenida onde se localiza o cemitério público de uma cidade. Trata-se de uma forma de se homenagear os mortos.

Em Campinas, não é diferente. Com o crescimento da cidade, no fim do século XIX, viu-se a necessidade de se construir um novo cemitério, já que os existentes até em então, no total de quatro estavam em vias de esgotamento.

Foi criada uma comissão especial na Câmara Municipal que optou pela aquisição de um terreno de propriedade de Francisco Abílio de Andrade e Irmãos, com área de mais ou menos 02 alqueires, nos arredores da Capelinha do Fundão. Era um requisito da época que a localização do cemitério se desse o mais longe possível dos centros populosos. Em 20 de maio de 1880, o Cemitério do Fundão, como passou a se chamar, recebeu a benção do Campo Santo, mas somente em 1881 é que começou a funcionar, recebendo os restos mortais dos que jaziam no Cemitério da Vila Industrial. A partir de 1881, ficou proibido qualquer sepultamento em outro local que não fosse o Cemitério do Fundão.

O Cemitério do Fundão, que em 1824 passou a se chamar Cemitério da Saudade, é considerado um verdadeiro museu a céu aberto, reunindo um conjunto de obras belíssimas, com esculturas, adornos, capelas, túmulos e mausoléus.

Cinco cemitérios distintos formam, atualmente, o Cemitério da Saudade sobre um terreno de 181.500 m² (ou 7,5 alqueires), com 112 quadras e 32 mil sepulturas, tendo já sido realizado o sepultamento de quinhentos mil corpos. Os cemitérios que o compõem são: São José, São Miguel e Almas, Cura D’Ars, Venerável da 3ª Ordem do Carmo e Irmandade do Santíssimo Sacramento da Catedral. Este último é o que apresenta a maioria de sepulturas de mármore, com belíssimas esculturas, e é onde estão sepultadas as figuras importantes de Campinas.

O Cemitério da Saudade é patrimônio tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas -Condepacc, desde 2003.

A avenida onde ele se localiza recebeu a denominação de Avenida da Saudade, em Edital de 1922.

Links

Edital de 10 de julho de 1922

Referências

BALDIN, Romilda Aparecida Cazissi. A cidade silenciosa. Campinas: Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas – IHGGC, 2019. Disponível em: https://ihggcampinas.org/2019/10/18/a-cidade-silenciosa/. Acesso em: 20 dez 2023.

EMDEC – Empresa Municipal do Desenvolvimento de Campinas. Curiosidades cercam a história da Avenida da Saudade. Campinas: EMDEC, 2010. Disponível em: http://www.emdec.com.br/eficiente/sites/portalemdec/pt-br/site.php?secao=noticias&pub=4173. Acesso em: 20 dez 2023.